
Cientistas do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG descobriram, a partir de pesquisas experimentais, uma maneira de apagar a memória do uso de substâncias como a cocaína.
Esse estudo abre possibilidade para que novas pesquisas sejam desenvolvidas na área. De acordo com Fabrício Moreira, um dos coordenadores do Laboratório de Neuropsicofarmacologia do ICB e do projeto, o crack - cocaína solidificada - é uma das drogas que mais “sequestra o cérebro” do usuário, impedindo que ele reaja sem ajuda externa.
A memória criada pela droga é forte e há gatilhos que fazem o usuário lembrar da experiência e retornar à cena de uso. Por isso, o estudo age sobre o sistema neural responsável pelas substâncias liberadas antes de algum contentamento. Trabalhar nestes endocanabinoides é buscar a inibição dessa memória.
O estudo não tem como proposta substituir um vício pelo outro, diferentemente de outros fármacos, e nem deletar memórias que não foram criadas pela droga. “A nossa tentativa é desenvolver medicamentos que possam tratar o uso de drogas sem que esses medicamentos causem dependência química nas pessoas”, explica Fabrício, em entrevista ao Minas Faz Ciência.
A próxima etapa da pesquisa é investigar a segurança dessas substâncias.
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