
Uma plataforma que utiliza a tecnologia para facilitar a comunicação e o entendimento entre as pessoas com deficiência auditiva: essa é a plataforma digital desenvolvida pela SignWeaver, que apoia a criação e manutenção de dicionários de termos técnico-científicos em Língua Brasileira de Sinais (Libras). A solução baseia-se no uso de uma abordagem computacional inovadora para a produção de novos sinais (palavras) em libras. Os dicionários contêm definições dos principais conceitos técnicos abordados em áreas como a Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM).
Atualmente, os sinais em libras para conceitos técnicos são extremamente escassos. Diante dessa situação, intérpretes, professores e tutores estão criando novos sinais por meio da organização de comitês locais de discussão, compostos por pessoas da comunidade surda diretamente interessadas. “Infelizmente, por meio desse tipo de abordagem, verifica-se que sinais completamente distintos entre si podem ser atribuídos a um mesmo conceito técnico, quando intérpretes ou instituições de ensino diferentes realizam este trabalho de forma independente”, afirma o professor do Cefet-MG, Flávio Cardeal, um dos idealizadores do projeto.
Os produtos resultantes desses esforços incluem não apenas dicionários, mas também coleções de sinais que podem estar, por exemplo, sob a forma impressa ou em diferentes formatos de mídias digitais. Segundo Cardeal, a ideia de criação da Plataforma SignWeaver foi de Celso Souza. Flávio é o orientador ao lado da professora Vera Lima.
Para o desenvolvimento, o projeto contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). Ao todo, cerca de R$ 56 mil já foram investidos no projeto (bolsas de iniciação científica, mestrado e apoio técnico). “Esse apoio tem sido essencial para o projeto, não apenas financeiramente por meio da concessão de bolsas, mas também pela divulgação de nosso trabalho, como o que foi realizado na Mostra Inova Minas Fapemig”, observa o pesquisador.
A tecnologia da SignWeaver está em desenvolvimento e precisa de investimentos para que seja finalizada e se torne um produto comercializável. Por meio do programa de aceleração de empresas da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg-Lab), as ideias e a tecnologia associadas ao projeto foram lapidadas por profissionais competentes nos diversos campos associados à criação de um novo negócio.
O projeto avançou para a criação de uma spin-off acadêmica. A partir da experiência no programa de aceleração, eles pretendem explorar a viabilidade de se criar uma organização que leve adiante o projeto, dando maior estrutura financeira e profissional ao trabalho e permitindo que o problema da escassez de um léxico específico para termos técnicos em libras seja atacado da forma devida.
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